Anitta corrige dispersões de discos anteriores ao centrar o álbum ‘Funk generation’ no batidão para gringos

  • 26/04/2024
(Foto: Reprodução)
Com repertório irregular, o sexto álbum da artista carioca fica mais sedutor quanto investe no som dos bailes, como nas faixas ‘Lose ya breath’, ‘Cria de favela’, ‘Savage funk’ e ‘Sabana’. Capa do álbum ‘Funk generation’, de Anitta Richie Talboy com arte de Frank Fernandez Resenha de álbum Título: Funk generation Artista: Anitta Edição: Floresta Records / Republic Records Cotação: ★ ★ ★ 1/2 ♪ Terceiro álbum de Anitta para o mercado internacional, no mundo a partir de hoje, 26 de abril, Funk generation mostra a artista mais focada. A cantora corrige as dispersões e hesitações dos discos anteriores Kisses (2019) e Versions of me (2022). Se Kisses tinha até flerte com a MPB em faixa com Caetano Veloso, Versions of me diluiu a identidade de Anitta, indecisa entre seduzir o público latino de língua hispânica – para se consolidar em universo no qual emplacara o reggaeton Envolver (2021) em escala global – e acenar para o pop do mercado norte-americano. Álbum trilíngue, mas cantado majoritariamente em inglês e espanhol, Funk generation está centrado no batidão, embalado para o exterior com códigos do pop internacional, o que impede que o disco seja qualificado como a volta da Girl from Rio às origens nos bailes funk do Rio de Janeiro. Nada é do jeito que já foi um dia. Grip – faixa em inglês e espanhol formatada pelos produtores do Brabo Team (com Rodrigo Gorky à frente do time formado por Maffalda, Pablo Bispo e Zebu) – exemplifica bem a intenção de Anitta. Ouve-se um “tá gostoso” em bom português, mas é funk para gringo. E, verdade seja dita, quanto mais investe no funk, mais o álbum soa sedutor. Savage funk, faixa de alto teor sexual com alguns versos em inglês e muitos palavrões em português martelados como mantras sobre o tamborzão, tem cacife para animar qualquer baile dentro e fora do Brasil. Outra faixa com grande poder de sedução, Lose ya breath é funkaço de refrão potente que pode até soar déjà vu para ouvidos brasileiros, mas pode causar sensação nos shows da turnê Baile funk experience, primeira excursão mundial de Anitta, programada de maio a julho. Sabana (com ecos do ascendente funk de Belo Horizonte) e Puta cara são outras boas investidas de MC Anitta nesse universo musical que vem cativando o mundo pela batida e pela sexualidade explícita em voga nos bailes e no mundo pop. Funk cantado em espanhol, diferentemente do que faz supor o título em português, Cria de favela é outro petardo certeiro do álbum. Com letra autorreferente em que Anitta traça o próprio perfil, com versos que alternam espanhol e inglês e com menção à vitoriosa passagem pelo festival norte-americano Coachella em 2022, Aceita tangencia o mix de funk e reggaeton. Já Love in common é faixa mais melódica que soa genérica pelo aceno trivial para o pop norte-americano – piscada providencial pelo fato de a presença de Anitta já ser notada nos Estados Unidos. Faixas também genéricas, Fría e Meme tornam o álbum longo e menos coeso, fazendo com que, no conjunto da obra, Funk generation se equipare ao disperso disco Kisses no tocante à qualidade do repertório. Contudo, pelo foco bem ajustado da excelente produção musical, o álbum Funk generation deixa boa impressão e pode ser caracterizado como (mais) um passo bem-sucedido de Anitta no movimento iniciado em 2016 para se firmar fora do Brasil.

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2024/04/26/anitta-corrige-dispersoes-de-discos-anteriores-ao-centrar-o-album-funk-generation-no-batidao-para-gringos.ghtml


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