Lira defende maior participação de Lula na articulação política
Presidente da Câmara falou ao Estúdio i, da GloboNews. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, falou que é "imprescindível que presidente Lula (PT) se envolva mais na agenda do Congresso, e fale com deputados e senadores para ficar a par do que acontece no governo".
"Quanto mais presidente se envolve no processo, mais ele sabe o que acontece no seu governo", disse. "Quanto mais o presidente se envolve no processo, mais ele sente a temperatura de como estão as coisas com o seu governo, o que está certo, o que está errado."
Sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Lira falou que os dois conversam muito. "Ele diz que lê muito livro e conversa bastante bem. Eu acho que você não inviabiliza. Você pode ler livro de madrugada, de manhã cedo, e conversar o dia todo."
Sobre emendas parlamentares, Lira disse que "são um instrumento digno, correto, um recurso para você fazer com que as políticas públicas, que podem e devem melhorar melhorar a vida da população nesse país, sejam implementadas".
"O fato de você ter diferentes modelos de emenda, de bancada individual, de comissão que não são positivas, é fruto de negociação, de votação, de como vem sendo a evolução dos tempos. O Brasil não é o mesmo de 20 anos atrás."
Lira também falou do adiamento da sessão que analisaria vetos de Lula.
A previsão inicial era que a sessão ocorresse na noite de quarta-feira (24), mas, agora, deve ocorrer no começo de maio.
Ainda na quarta, Lira declarou que existe uma preocupação com o calendário mais curto neste ano por conta das eleições municipais em outubro. E, por isso, seria "muito ruim" o adiamento da sessão conjunta de deputados e senadores.
32 vetos na pauta
A sessão estava marcada para as 19h, com 32 vetos na pauta. Mas líderes da base do governo articularam o adiamento da votação.
Isso porque estão em jogo temas sensíveis para a execução do orçamento. Se for derrotado, o governo será obrigado a cumprir um cronograma para liberação de emendas — gastos que deputados e senadores indicam para investir em seus redutos eleitorais, em forma de obras e projetos.
Apesar de a Presidência ter prometido, via decreto, a liberação de R$ 20,5 bilhões em emendas até junho, parlamentares reclamam que os recursos não estão sendo disponibilizados no ritmo acordado.
Além do cronograma, entre os vetos, há o corte de R$ 5,6 bilhões nas emendas indicadas pelas comissões do Congresso — que não são de execução obrigatória.
O governo já disse que aceita recompor cerca de R$ 3 bilhões, ou seja, um valor menor. Desta forma, essa modalidade de indicação ficará num patamar de R$ 14 bilhões.
Lula negou na terça (23) que o governo tenha problemas de articulação política no Congresso.FONTE: https://g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi/post/2024/04/25/arthur-lira-presidente-camara-entrevista.ghtml